Quando tudo começou?
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Sabe, hoje parei pra pensar quando é que comecei a falar sobre liberdade.
Sempre fui aquela criança que adorava escrever, registrar os ocorridos, e eu fazia isso de diversas maneiras.
Nos meus diários por exemplo era onde eu desabafava sobre a escola, sobre os problemas de família, meus medos e registrava minhas conquistas também. Eu costumava guardar junto fotos, itens que marcavam os momentos de alguma forma, eu me lembro inclusive de guardar até um chiclete de menta do dia que dei um beijo em um menino que eu gostava kkk
Adorava brincar de policial registrando multas com minha bicicleta, junto aos policiais que estacionavam na estrada para cuidar a velocidade dos carros, pensa, os policiais ali e eu enchendo eles de perguntas kkk.
Registrava conteúdos nos quadros enquanto brincava de professora ou escrevendo nas portas dos roupeiros (mesmo correndo o risco de não conseguir apagar com álcool e apanhar da minha mãe kkk), preenchia prontuários enquanto brincava de médica…
Uma pena que meus diários foram queimados, por medo que um dia alguém encontrasse, e também porque muitos me causavam dor ao relembrar certas coisas, ou até mesmo porque eu ali, na minha infância e pré-adolescência, já estava aprendendo sobre desapegar através do fogo, sem saber, eu já estava treinando para quando eu morrer e precisar deixar tudo, porque só terá lugar pra minha alma (e que nem é algo que posso pegar na mão).
Memórias
Sempre gostei de viajar nas memórias, fechar os olhos e apenas sentir tudo outra vez. E também visualizava como eu gostaria que as coisas seriam. Eu imaginava tudo nos mínimos detalhes, era incrível!
Até que comecei a ficar presa nas lembranças que não eram agradáveis de se lembrar, nas coisas que me machucaram, que doeu, que me faziam sentir medo, vergonha, culpa e muita dúvida. E quando eu não estava nessas lembranças eu me prendia a o que eu gostaria que acontecesse no futuro.
Então foi aí que as coisas começaram a ficar bem turvas e o que era bom já se distorcia um pouco, parecendo sempre ruim. As expectativas nunca eram boas o bastante, quando eu conquistava algo não sentia o sabor, porque meus olhos já estavam fechados imaginando como seria a partir dali, era como se eu estivesse viva em corpo, mas os meus pensamentos, ideias, sonhos e ações estavam sendo em dois tempos: passado e futuro.
Confesso que o nível de tormenta é grande quando se passa mais de 20 anos nesse sistema.
Eu cresci aprendendo que isso era o “normal”.
Cresci em meio de pessoas que se reuniam para contar as histórias de antigamente e para flertar sobre sonhos reais, e que nunca teriam coragem de realizar porque achavam que seriam chamados de loucos.
Então, por muitos e muitos anos, eu acreditei nisso, mesmo o meu corpo e meu espírito GRITANDO e implorando para que eu sossegasse minha mente e começasse a prestar atenção no que estava acontecendo AGORA.
Porque sim, use a lógica pra perceber isso, veja bem, agora neste exato momento você está lendo, certo? Está acontecendo algo do passado? NÃO! Está acontecendo algo do futuro? NÃO TAMBÉM! A única coisa que está acontecendo é que você está respirando, correndo os olhos linha após linha e lendo.
Isso é o “estar no agora” que tanto falam. É perceber o que você ESTÁ FAZENDO DA SUA VIDA neste EXATO momento.
O difícil disso tudo se dá ao fato de que misturamos os medos e sentimentos do passado, com uma pitadona de pensamentos de “como queríamos que fosse”, e ali que a gente fºd3 com tudo!
A gente está passando por algo HOJE, querendo que se resolva tudo na velocidade pra ontem, na expectativa que fique perfeito baseado no que queremos pro nosso futuro! 0rr@, quem dá conta disso?
O ser humano não é uma máquina projetada pra funcionar assim, é aqui que todo mundo se perde.
Sabe foram muitos anos pra aprender a fechar os olhos e sentir o que estava acontecendo no momento atual, foram muitas experiências que precisei passar, aprendi com muita dor, sofrendo mesmo, dando com a cabeça, e até hoje isso as vezes acontece, sabe por que?
Porque vamos morrer sem conseguir resolver tudo que queremos resolver, e é por isso que precisamos ESCOLHER.
O que é mais importante pra nós mesmos NESTE MOMENTO?
Se pra você NESTE MOMENTO é construir um negócio e por isso escolhe abrir mão de ter uma família? Tudo bem, desde que não fique “tirando sarro” com a cara de quem tem como prioridade na vida AGORA construir uma família e não querer ter seu próprio negócio.
Eu sei que parar de “rir” das pessoas é uma tarefa difícil pra ti, porque é mais fácil rir das pessoas do que fazer diferente e mudar o que gostaria de mudar na própria vida, relaxa, eu sou humana também, sei como é isso.
Se pra você AGORA o mais importante é viver sozinho? Tudo bem também. Desde que pare de rir das pessoas que estão vivendo em um relacionamento.
Viver sozinho é difícil e viver em um relacionamento também é. Cada um escolhe o seu difícil.
O que quero dizer aqui é que parar de rir do outro, ou de achar defeito na vida do outro, é parar de julgar, assim as pessoas começam a te deixar em paz também!
E para os que ainda dão pitacos? Apenas fique em silencio e viva.
Veja bem, não estou falando sobre não pedir e ouvir conselhos, estou falando sobre aquelas atitudes de coisas que só você sabe porque está fazendo aquilo, que dentro do seu peito você sente uma certeza tão grande que ninguém entenderia, siga esta certeza!
E diferente das pessoas da nossa família que vieram antes do que nós, bisavós, avós, irmãos, tios.. que deixaram de fazer coisas por medo de serem JULGADOS como louco, apenas SINTA e tenha ATITUDE no teu AGORA, pensando no teu amanhã, com os aprendizados do que você passou ONTEM.
Não olhe tanto para o retrovisor, porque seu carro irá capotar!